Seguindo a análise dos discos do rei da década de 80, aqui vai o meu preferido depois do de 1981. Nesse disco mais uma vez temos um Roberto romântico ao extremo, desejando sempre estar perto da mulher amada e sempre cantando o amor, independente se é um amor que deu certo ou não. Esse disco é um dos últimos em que a sonoridade ainda não é aquela típica dos anos 80. Muito teclado, bateria programada de computador, e outros recursos tão em moda na época, que pode ser sentida muito no disco seguinte a esse. Nesse mesmo ano Roberto consegue emplacar mais uma música de grande importância no seu repertório: a música caminhoneiro, na época chegou a bater todos os recordes de pedidos em rádio. Mais uma vez tivemos um campeão de vendas, de acordo com o site da associação brasileira de discos, na época o disco chegou no Brasil aos 2.500.000 cópias vendidas, número em que na época poucos artistas conseguiam chegar a esse número. Aqui podemos mais uma vez detalhar sobre cada música:
* Coração- ( Roberto Carlos e Erasmo Carlos)- Música de abertura em que as dores de um coração são reveladas através de um amor perdido. Nessa música Roberto cita que todas "as histórias são iguais/eu apenas faço delas mais uma canção de amor ou de dor". Nesse época Roberto adorava um refrão em que toda a sua técnica vocal chegava ao ápice. Vale lembrar que na época todas as músicas do rei estavam sendo uma história de começo, meio e fim. Uma curiosidade nessa música é que em um dos trechos possui a palavra sangrar, não muito comum nos discos de Roberto Carlos.Porém mesmo com as dores de um amor perdido ele ainda faz com que seu coração tente fazê-lo cantar: " no meu peito bate forte o mesmo coração/que depois de tudo grita por você nessa canção"
* Eu e ela-( Mauro Motta-Robson jorge-Lincoln Olivetti)- Aqui nessa música Roberto usa um tom mais suave de cantar, como se tivesse cantando a música ao ouvido de sua amada. Pra mim é a segunda mais bonita do disco. Foi uma música feita por encomenda de Roberto ao então seu produtor na época Mauro Motta. Nessa música Roberto canta o amor eu um casal detalhando até a noite de amor de ambos: "quando vem a madrugada coisas lindas são faladas/nosso amor é mesmo assim". A primeira parte da música e a segunda se intercalam com um sax do Léo Gandelman, respeitado saxofonista brasileiro na época e ainda hoje. Mais uma vez o amor nessa música se declara "sem fim", em que os casais ficam sempre lado a lado. É hoje ainda muito tocada em rádios, e sempre lembrada pelo romantismo que a cerca.
*Aleluia- ( Roberto Carlos- Erasmo Carlos)- Aqui uma das mensagens religiosas mais bonitas do rei. Nela Roberto narra tudo o que acontece no nosso dia a dia e lembra de agradecer tudo a Deus. Nessa música ele nos lembra que tudo em nossa volta tem um ser superior e agradece em forma de Aleluia. Um dos arranjadores dessa música foi o seu maestro Eduardo Lajes, que contribue de uma forma espetacular na criação, desde a introdução ao final cantada em coro, formado por apenas coristas norte americanos, tendo em vista que o disco foi todo gravado em Los Angeles, tendo uma pequena parte editada no Brasil nos estúdios Sigla do Rio de Janeiro. Nessa música Roberto canta o amanhecer, a tarde, e enfim a noite e fica alegre de ter fé e agradecer a Deus por tudo que vê e sente.
* Lua nova-( Roberto Carlos e Erasmo Carlos)- Aqui o personagem mais famoso das histórias de amor à noite: a lua. Aqui nessa canção o rei pede a lua para achar o seu amor, que está por aí pela cidade, como ele cita na música: "Passeando agora pela zona sul/tão bonita dentro de um vestido azul". Dessa vez encarando na cor do vestido de sua amada a sua cor preferida. Com uma parte instrumental belíssima, seguido por acordes de violão, a música segue em um ritimo bem suave e balanceado. A música é quase um pedido desesperado de volta, em que a lua assume o papel de cupido: " Lua, traz ela pra mim". Um dos Golden boys, Renato Corrêa participa do coro da música, assim como o primo de Roberto Carlos, Luiz Carlos Ismail, que até hoje é a única voz masculina no seu backing vocal das turnês nacionais e internacionais.
* Cartas de amor( Love Letters)- Edward Helman-Victor Young, Versãod e Lourival Faissal- Aqui uma música antiga em que Roberto Carlos a canta como uma forma de homenagear os artistas de sua época de infância. Uma versão feita pelo compositor e radialista Lourival Faissal considerado na sua época o rei das versões. A canção fala sobre um homem que depois de ter terminado o romance, se põe a reler as cartas de amor que ele endereçava para a mulher amada. As recordações trazem dor, mais ao mesmo tempo de felicidade. Uma das partes mais bonitas da música, segue assim: " Nas velhas frases que meu coração ditou/naquelas cartas de amor". É uma música pequena, porém para os amantes de uma formisidade bela e romântica.
* Caminhoneiro ( Roberto Carlos- Erasmo Carlos)- Essa é a música carro chefe do disco, para muitos o título dessa música é o título do Lp na época: "o disco do caminhoeiro". Essa música relembra os tempos de criança de Roberto, em que perto de onde ele morava existia um vizinho caminhoeiro. O menino cresceu e resolveu fazer uma homenagem a essa profissão. Já que os automóveis em geral sempre estiveram dentro da obra do rei. Ao passar do tempo essa música sofreu uma acusação de plágio por John Hartford, com a música Gentle on my mind. A justiça identifcou melodias parecidas na letra e Roberto junto com Erasmo tiveram que acrescentar o nome do americano em todos os disco relançados em cd´s posteriomente. De acordo com a biografia não autorizada do rei, do autor Paulo Cesar Araújo, Roberto Carlos em detalhes, essa música tocou mais de 3.000 vezez em apenas um dia nas rádio nacionais. Na música Roberto fala do perigo de dirigir, sempre lembrando da mulher amada. A saudade se refelte na seguinte frase: " Doido pelo doce do seu beijo/olho cheio de desejo seu retrato no painel". O refrão é um dos mais lembrados, e a música se tornou mais um clássico do rei.
* Eu te amo ( And i love her)- John Lennon/Paul MacCartney-versão: Roberto Carlos- Durante todo o período da jovem guarda era comum você ver um sucesso nacional, sendo que a original era uma composição dos Beatles, que estavam em evidência no mundo todo, e a beatlemania estava cada vez mais crescente. Roberto foi um dos poucos artistas em que não usou desse artifício para fazer sucesso na época, e só depois de 25 anos gravou uma versão de uma música dos Beatles. Segundo a lenda essa música teria a participação do ex beatle Paul MacCartney, porém a agenda de ambos artistas não conciliaram esse encontro. Aqui a música ganha um a roupagem mais lenta, na voz do rei, porém não deixa de ser bonita tão quanto a original. É uma das versões mais bem feitas, na minha opinião de uma música dos Beatles. A melodia continua belíssima, tal qual a original. Porém aqui Roberto a canta e a versionou como o fim dem um relacionamento e que não consegue ficar longe do amor da amada: " o tempo já passou e eu não consigo calar meu coração/e ainda digo que te amo. As brigas nessa música deixam claro que foi o motivo de separação do casal. Os arranjos desse disco foram feitas pelo maestro brasileiro Chiquinho de Morais.
* Sabores-( Mauro Motta- Claúdio Rabello)- Aqui é a minha preferida do disco.Desde a sua introdução até o final temos um Roberto intéprete em plena forma. Fazendo declarações de amor, a mulher amada, tais como: "as vezes eu nem sei falar bonito/mais sei sentir o amor que eu te digo". O romantismo dessa música lembra um pouco a música do mesmo disco, Eu e ela, talvez por ser do mesmo compositor. Aqui o amor é mostrado como algo bom, que faz o ser que está amando livre. Os sabores da mulher amada lembra hortelã, e o calor da mulher amada mexe com o apaixonado, diante disso surge a seguinte frase: " E sinto seu calor mexer comigo/nada mais falar, nem é preciso". Na minha opinião é a música em que Roberto está com a melhor voz, e interpreta com uma força interior bela. A melodia se intercala muito bem na sua voz, e ainda temos nessa música um coral, feito por amigos da época da jovem guarda, tais como Ronal do Corrêa, dos Golden Boys, Ed Wilson e a compositora Cláudia Telles do mega sucesso fim de tarde. Uma música feita pra ser escutada a dois, no momento mais sublime e perfeito dos românticos, o ato de amar.
* As mesmas coisas-( Maurício Duboc-Carlos Colla)- Aqui mais uma vez aparece a dupla de compositores preferidos do rei. Os mesmos autores da canção Falando sério, do disco de 1977. Com arranjo de Eduardo Lajes a música retrata o antes e o depois de um namoro. É uma das músicas com letras mais tristes do rei. Onde o ser amado lembra que foi e o que agora é, como no seguinte verso: " hoje você me despreza, ontem você me queria/hoje sou sua triteza, ontem fui sua alegria/ontem fui tudo em sua vida, hoje não sou nem saudade/hoje sou quem te incomoda/mais fui sua felicidade". É uma das músicas de separação mais bonitas, e verdadeiras, as vezes tudo está ocorrendo maravilhosamente bem entre os amantes e se transforma em tudo o que a letra nos mostra. Roberto usa um tom de cantar bem triste, interpretando de verdade um romântico abandonado pela mulher amada e que ver, como em pouco tempo tudo pode ter mudado de uma amor bonito e apaixonado em um amor, triste. Tudo na música fala do ontem e hoje, mostrando que o antes tudo era perfeito e o agora tudo se transformou em saudade e dor. Na minha opinião a melhor parte que identifica o que a música fala é a seguinte: "ontem sorrindo em meus braços, você dizia que sim/hoje se afastam seus passos/que já correram pra mim". Assim nesse tom melancólico Roberto termina mais um disco seu, e mais um campeão de vendas. Logo abaixo tem a contra-capa e a lista de todos os músicos que participaram do disco scaneado de um cd original meu. Para ampliar basta clicar sobre a imagem.